domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mundinho Grande

Venho notado algo ultimamente. Aliás, vocês estão bem cientes de que eu tenho notado muitas coisas desde que eu comecei a escrever aqui, e talvez não estejam cientes de que muitas das coisas que noto eu não chego a publicar, pondo a seu escrutínio, mas isso também acontece, apesar do seu desconhecimento. Ainda não consegui condensar minha visão de mundo em uma frase só, e sempre que tento explicar em mais de uma frase a tal visão, a coisa toda acaba saindo um pouco do controle e no fim o melhor é ir deixando um pedaço aqui e outro ali, para que no fim os sensíveis e inteligentes leitores acabem percebendo o que eu acho da Vida, do Universo e do Resto. Quem não perceber, poxa, lamento, mas a seleção natural é um processo cego, automático e totalmente lógico, que nada tem contra quem ela não beneficia, e nada a favor de quem ela não se desfaz.

E como eu dizia, venho notado algo ultimamente. “Ultimamente”, como em muitas das outras vezes que eu notei algo, é aproximadamente nos últimos 16 anos. E dessas vem, pasmem, não é algo tão complicado de explicar. Pode ser um pouco de entender, mas já falei sobre isso no primeiro parágrafo.

O mundo tem ficado cada vez menor, e no entanto cada vez maior também. Menor por que agora eu já consigo olhar em cima da mesa sem subir em uma cadeira, e menor por que o mundo agora não termina mais onde termina minha casa, entendem? Perceber isso é um trabalho e tanto, apesar de nos parecer fácil, agora que já percebemos isso cada um em seu tempo. Talvez muitos dos problemas que as pessoas alegam, aqueles internos cuja culpa não pode ser relacionada diretamente com o mundo em, venham do fato de uma percepção errada das coisas.

Quando olhava a mesa por baixo, tudo estava ao redor e por cima, ainda que eu estivesse protegido pelos meus pais, e os problemas pra lá do muro não eram problemas, eles sequer existiam. Hoje, embora minha mãe ainda esteja lá, não é mais a mesma coisa, por que agora eu já posso olhar os problemas de cima (aqui está o grande lance; alguns depressivos não percebem o poder que tem de segurar as rédeas dos próprios problemas, de dar significado ao próprio tempo) e ela tem os problemas dela mesma para segurar. O mundo não acaba no muro, mas não é para te amedrontar, só para possibilitar o seu crescimento no trato com as outras pessoas.

Bem, eu não espero que entendam, mas é que eu precisava externar isso. O recomeço das aulas é na terça, junto com um compromisso importante do coral que participo, e ambas as coisas (estressantes se eu não tomar o cuidado de focá-los do modo que tentei mostrar acima) me fazem pensar nisso tudo, e em mais.

Eu sei, não é culpa de vocês que eu tenha a compulsão de tentar entender a mente humana e a minha própria, então por que postar aqui para vocês lerem? “Esse é o mistério da nossa fé”, ok?

Abraço!

Um comentário:

Bibiana Davila disse...

E como muda o mundo quando mudamos o nosso ponto de vista! E esse ponto de vista vive num constante devir, mas também, qual a graça se ele ficasse estagnado no mesmo ponto? Qual a graça de ficar preso sempre na mesma visão de mundo?

"Quem não perceber, poxa, lamento, mas a seleção natural é um processo cego, automático e totalmente lógico, que nada tem contra quem ela não beneficia, e nada a favor de quem ela não se desfaz." Adorei a sutileza :D