domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa

Para alguém que se presta a escrever sobre assuntos tão áridos quanto a lua (vide post anterior) ou o Nada (espalhado quase uniformemente por todos os posts anteriores), impossível esquivar-se de escrever sobre qualquer assunto que seja mesmo só um pouco importante; que dizer, então, de uma grande comemoração religiosa/comercial como a Páscoa? Dela, evidentemente, eu tenho que falar.

Não é segredo, ou pelo menos não deveria ser, o fato de que eu não sou lá a pessoa mais religiosa do mundo. Minha visão sobre a religião é às vezes agressiva (quando em relação aos 11’s de setembro que acontecem pelo mundo), mas na maior parte das vezes é compreensiva, levemente zombeteira. Então se você sentir-se ofendido com algo daqui, poxa, morda-se de raiva. (risos)

A Páscoa Cristã refere-se - como todos nós estamos cansados de saber devido àquelas aulas sutilmente proselitistas que tínhamos no ensino fundamental em que a “tia” nos ensinava a rezar antes de comer pedindo fartura e depois de batermos no nosso colega, pedindo perdão - à Ressurreição de Cristo, que descarta apresentações. Como a suposta ressurreição (a morte eu consigo aceitar; a ressurreição é mais complicada...) ocorreu no período do Pessach, em que os judeus comemoram a sua fuga do Egito (segundo a Wikipédia), acabou que os acontecimentos se misturaram na mentalidade das pessoas e como a Igreja Católica, como instituição, é mais poderosa $$$ que o Judaísmo, o que nos chegou na pré-escola foi a comemoração da renovação, do tempo de fazer a faxina na vida (Papa says: esqc u êxodo).

Tem o chocolate aí no meio, óbvio, porque evitar que alguém queira ganhar dinheiro em cima de uma data é tão impossível quanto alguém ressuscitar e em seguida subir aos céus. Mas vai saber, né.

A idéia aqui é aquela velha idéia que eu sempre retomo com todos: vamos pensar sobre o que é isso. Independente da nossa concordância ou não sobre os detalhes absurdos, todos devemos parar e analisar a nossa vida em busca de coisas em que devemos morrer; situações que já deram o que tinham que dar e que precisam que nós nos renovamos, subamos aos céus e vejamos tudo sob (ou sobre?) um ângulo diferente.

É pra isso que serve a religião. Sem uma data dessas, quando que o Seu Zé faria uma reflexão dessas? Talvez ele fizesse, mas nem todos fariam. Como verdade absoluta (no sentido racional de “verdade”, que é no fim das contas o que conta) a religião não presta, mas se a tomarmos por um lado mais utilitário, como no parágrafo anterior, aproveitando a data para refletir (e comprar chocolate), temos todos muito a ganhar.

Boas reflexões, e uma Feliz Páscoa!