sexta-feira, 26 de junho de 2009

Um Pouco de Ciência

Caríssimos, aviso de antemão que o texto que se segue a essa introdução pode ser bastante chato para pessoas que difiram muito em interesses de mim, mas depois de uma longuíssima e profundíssima reflexão nos últimos cinco minutos me decidi por escrever assim mesmo, por que lê só quem quer e se de algum modo ou outro eu contagiar alguém com minhas idéias, tanto melhor.
Então, aos trabalhos.

Minha mente é bastante inquieta, e raramente que eu consigo de fato pensar em trivialidades. No mais das poucas vezes em que penso em trivialidades, minha mente inquieta (e perturbada, segundo a visão de alguns) acaba expandindo e enfiando algum pensamento diferente no meio, ou vendo tudo de uma perspectiva nova. Isso é legal, e adoro brincar de viajar.
Não é um negócio muito simples, porque requer um grande esforço no sentido de não controlar os pensamentos. Em grau de dificuldade, está um degrau abaixo de não pensar em nada, pelo menos para mim. Pensar objetivamente é um vício, mas que com jeito pode ser contornado, nem que sejam poucas vezes e por diversão.
Stephen King, no livro Saco de Ossos, fala, através do personagem principal do livro, que o escritor é uma pessoa que ensinou a sua mente a se comportar mal. Então, ao menos sob essa definição, eu sou um escritor, hehehe.
Mas então, uma dessas viagens, alucinações, momentos vegetativos, chame como quiser, eu pensei sobre a idéia a seguir. Até nem é uma idéia, é um fato que apenas durante uma dessas deliradas que eu notei, e mais tarde em várias deliradas (nos momentos menos oportunos) que eu entendi melhor as coisas que antes havia deslumbrado.

Então, pensem em um átomo (a partir daqui, especialmente, vale o que eu falei no início dessa tortura, digo, desse texto). Ou melhor, pensem nos prótons e nêutrons que o formam, e mais a fundo, pensem nos quarks que formam os prótons e nêutrons que formam o átomo que eu falei. Pois então, os quarks, insensíveis que são, não estão nem aí para aquilo que estão formando. Para eles não interessam os nêutrons e prótons, o que lhes apraz é viverem em pares ou trios (pesquisem sobre isso para saber mais). Isso por que as forças de atração e repulsão que existem entre essas tais partículas é de tal forma que inevitavelmente elas iriam “querer” formar pares e trios.
Mais acima no nível de compreensão, estão então os nêutrons e os prótons e também os elétrons, que não citei anteriormente. Os quarks dentro deles estão de tal forma unidos que nem lembramos mais que cada nêutron e cada próton tem três indivíduos específicos dentro de si. De forma parecida a antes, os prótons e nêutrons e elétrons têm uma predisposição (por causa de forças da natureza também, parecidas com as que impeliram os quarks a se unirem) a se unirem em átomos. Como todos vocês já devem ter ouvido falar, existe uma tabela, chamada de “Tabela Periódica dos Elementos Químicos”. Escolheram esse nome por: se tratar de uma tabela, um gráfico composto de linhas e colunas; ser periódica, isto é, certas propriedades se repetirem periodicamente; e ser dos elementos químicos. Criatividade zero, mas enfim.
Nesse nível, passamos a desprezar o que acontece dentro do átomo, lidando com ele como se ele fosse algo sólido (com carga, etc etc etc). Eles se juntam em moléculas, obedecendo as leis químicas, que se juntam em células, que são o constituinte básico de algumas coisas insignificantes, como nós.
Enquanto isso, os quarks estão bem felizes dançando ciranda cirandinha vamos todos cirandar dentro dos prótons, não atentando nem um pouco para o fato de fazerem parte de nós.
O que eu quero salientar, pessoal, a coisa que me fascina na ciência e em tudo, é que por causa de leis básicas, fundamentais, que regem coisinhas pequenas, as coisas grandes acontecem. Quem é que iria dizer que as leis que fazem os quarks se unirem, quando muitos quarks estão juntos, produzem efeitos colaterais tão estranhos?
Vou dar dois exemplos. Hoje estou didático, com vontade de que todos saiam do meu blog com algo novo para pensar, ao invés de só perder temo lendo esse monte de babaquice sem sugar algo de bom. O primeiro, é para o eventual pessoal que sejam meus colegas ou não, que sejam da área técnica. Qualquer um entende, mas é mais aproveitável para quem já sabe das coisas.
Existem determinados materiais que são bons condutores de eletricidade, outros que são maus condutores (isolantes) e existem os intermediários entre eles que são os semicondutores. Não vou nem levantar a questão de que agora já tratei os materiais como se eles não fossem feitos de quarks.
Esses semicondutores, se tratados de uma certa forma, são chamados de tipo N, e de outra, de tipo P. Um tipo tem elétrons sobrando e outro tem elétrons faltando (ambos, então, conduzem eletricidade). Até aí tudo bem, mas o que acontece quando grudamos ambos os tipos em um componente eletrônico?
Juntando os dois, nós formamos um diodo. Esse componente tem a propriedade de conduzir eletricidade em apenas uma direção. Só não explico o porquê para não tornar esse texto ainda mais cansativo.
Se juntarmos três pedaços, dois de um e um do outro, teremos um transistor. Esse é mais complicado que o anterior, e eu mesmo não conheço suas propriedades. Mas são bastante úteis, visto que muitos o consideram como uma das maiores invenções do século.
Se juntarmos vários diodos e vários transistores, nós podemos construir um CI (circuito integrado), que é um componente que realiza uma função específica, e elevando a complexidade, temos um microprocessador, que todos sabemos o que é.
Tudo devido aos átomos de semicondutores.
O segundo exemplo é um que todo mundo que tenha coração vai entender. Por que mesmo o mais impensante dos homens já parou para pensar nisso. Isso ou minha mente é perturbada mesmo.
Falo da emoção. Por que mais complexo que isso, nem o LHC.
Ela surgiu da evolução (Darwin e essa coisa toda), e devido aos inúmeros pequenos detalhes, acabou se tornando algo muito mais grandioso. Muito mais cheio de conseqüências do que de objetivos cumpridos.

Então, caras, os quarks não tem culpa. O amor, o desamor, a amizade, e tudo o que você puder relacionar à emoção, são apenas conseqüências do acaso. Portanto, não são mágica ou algo sobrenatural. Elas são hipernaturais, visto que são causadas por uma série de outras coisinhas com causa natural.
E isso não as desmerece ou diminui, só as tornam mais desejáveis. Temos que aproveitá-las. A probabilidade de elas existirem em um universo como o nosso é pequena o suficiente para ser possível que só existam aqui, então, não desperdicem a chance de viverem que todos nós temos.

Amém.

***

Aos sobreviventes, meu muito obrigado por deixarem eu encher suas cabeças de minhoca. Aos não sobreviventes, meus sinceros sentimentos.

Abraço!

terça-feira, 23 de junho de 2009

"Be Happy", dizem eles

Durante esse último mês, não vou mentir para vocês, só não postei por que eu não estava me sentindo muito bem, emocionalmente.

Não poucas foram as vezes em que vocês leram aqui por essas bandas eu falando que estava triste sem motivo, apenas causas hormonais causadas por essa fase maravilhosa da vida. Pois é, que saudade que eu tinha desse mau humor! Por que pelo menos ele não tinha um motivo real e logo passava. Agora eu sei o motivo da minha aflição muda, mas sinto o peso dos grilhões nos meus pulsos, então não posso fazer nada, ou quase nada, para mudar minha situação.
Poder fazer eu posso, mas o medo é grande e a inexperiência é ainda maior. Quem nunca tropeçou, quando tropeça a primeira vez, destroça os joelhos. E esse é o único ponto bom: é preciso essas batidas de cabeça de vez em quando para acordar o vivente, e me fazer aprender.

Então, pra condensar melhor:
- talvez eu poste, talvez não poste nos próximos dias.
- A emoção é muito mais complicada de controlar do que a razão, e isso, embora eu já tivesse escutado e assimilado, só agora entendo.
- Agora, pela primeira vez, eu me sinto um adolescente normal, que tem problemas e que se odeia de vez em quando.
- A escola está ótima. Embora as coisas estejam mais difíceis, minhas notas melhoraram em relação ao ano passado, quando já eram boas.
- Eu vou sobreviver, ;)
(o problema é como...)

Então, não levem em conta esse post de hoje quando forem analisar minha escrita, por que ele é absolutamente frágil frente qualquer crítica bem fundamentada. Às vezes o cara precisa dar uma desabafada para estranhos (e alguns amigos do dia-a-dia, e outros unicamente virtuais), até mesmo sem tocar no problema mesmo.

Abraço!