segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pé de Valsa

Este final de semana foi emblemático, e entrou para a minha lista pessoal de melhores finais de semana do mundo.
Primeiro, durante a semana, recebi o convite, bastante improvável aliás, de ir no Baile da Linguiça. Como todos vocês sabem, sábado foi o dia da linguiça, ou se não sabiam, agora sabem. Em todos os lugares de cultura majoritariamente germânica, como é o caso da minha adorada Capital Nacional do Calçado, o cardápio de sábado foi um só: linguiça. Assada, frita ou crua, o que importava era que fosse linguiça.
E, como é de tradição aqui no bairro, a igreja católica promoveu um baile em comemoração ao dia da dita cuja, que eu só não repito o nome pra não gastar a palavra. A entrada foi cara, como também é de tradição, mas valeu cada centavo. E olha que eu sou migalheiro em relação a dinheiro, mais ainda em tempos de crise do dólar, essas coisas.
Já lá dentro, conversei com algumas pessoas, evitei de conversar com outras, sabem como é. Como era de se esperar de um baile organizado pela igreja, com o agravante de ser da cultura alemã, o grosso do pessoal que estava lá era de jovens sexagenários, septuagenários e octogenários. As pessoas mais novas eram filhas ou netas das papa hóstias e do puxa-sacos do padre. Mas isso não chegou a me abaixar o entusiasmo pelo baile, estava louco para fazer alguma coisa no que eu achava que seria a última semana de férias (ouvi boatos de que existem boatos sobre aumentar ainda mais o recesso escolar de inverno por causa da gripe A) e não seria um ou outro tendo um ataque cardíaco que ia abalar isso.
Na hora da janta, eu estava azul de fome. Tivemos que esperar um monte de gente ir se servir antes de nós, por que ainda estávamos esperando os parentes da minha prima e, principalmente, por que não queríamos ser soterrados pela avalanche de pessoas famintas que se tocaram no Buffet. Na devida hora, nos servimos e, meu chapéu, como a comida estava boa. Eu sou bem chato pra comer, mas aquela comida, apesar de ser linguiça, estava boa, com ou sem trema.
Tempo suficiente depois, um cara foi no palco improvisado e sorteou uma (adivinhem?) linguiça de meio metro, e em seguida uma de um metro e meio. É linguiça pra caramba, passarão semanas antes que os sorteados estejam novamente com o hálito em dia.
Então começou o baile. A banda estava boa, e acabou de vez com o preconceito que eu tinha com bandinhas alemãs, por que tocavam bem mesmo.
E é aí que começa a parte boa mesmo do fim de semana. Fui dançar com a minha prima, dancei umas duas músicas com ela, sentei. Cinco segundos depois a mãe da minha prima me tira pra dançar. Dancei duas ou três músicas com ela, e sentei. Cinco segundos depois, a irmã da mãe da minha prima me tira pra dançar e eu danço umas duas músicas com ela, e sento. Nisso, minha prima me tira pra dançar uma valsa, por que ela queria mostrar para o namorado dela como era. Dancei, e então sentei. A sobrinha da mãe da minha prima veio e me tirou para dançar, por que o marido dela não sabia e não estava no humor para aprender. Pois bem, eu fui, dancei umas duas músicas e sentei de novo. E depois fui dançar, e fui nesse ritmo até o intervalo do baile, quando o pessoal começou a cansar.
Eu, é claro, estava um pouco cansado também, mas estava feliz demais para notar na ocasião. A dança é a linguagem da alma, e a minha alma tinha bastante coisas para falar.
Depois do intervalo e da parte retrô do baile, quando a banda tocou sucessos de antigamente, aconteceu algo que deixaria qualquer um puto, menos a mim, que achei normal. Eu estava lá dançando animado, em um ritmo acelerado, quando a perna da minha parceira de dança, não sei como, nem de que jeito, parou em uma posição tal que impediu a minha própria perna de fazer o movimento de retorno, o que resultou que eu, 15 anos, 1,70m de altura, pesando 65kg, olhos azul-esverdeados, corpo atlético e pinta de galã caí com tudo na tal perna da parceira. Eu não achei ruim, nem ela, creio, mas certamente os espectadores acharam divertidíssimo. Foi a última música que ela dançou comigo, não sei por que.

Quando acabou o baile, escutei uma coisa que elevou minha auto-estima a níveis alarmantes e fez o meu ego dar um salto à lua e permanecer lá até agora: “Quem salvou a noite foi o Vini!”. Vini, no caso, sou eu. E é importante ressaltar que isso tem um valor do caramba para mim que, no fundo, tenho complexo de inferioridade. Não me senti o macho alfa do grupo (risos), mas senti como se eu fosse importante, e eu nem lembrava como era isso. Passei por vários momentos, nos últimos tempos, em que eu me considerei um lixo, e relembrar que na verdade eu não valho tão pouco foi bom. Pra dizer o mínimo.
Voltei para casa, ainda levitando, e tomei um banho. Quando o corpo começou a esfriar que eu notei as dores da guerra: minhas pernas e pés estavam em frangalhos, minha bunda (que, por algum motivo inextricável, é a parte do corpo que fica mais tensa quando eu danço) ainda estava dura, etc. Mas quanto a essas eu estava vingado antecipadamente: sei de cinco ou seis calcanhares que eu pisei que nunca mais serão os mesmos.

Por isso, pessoal, respeitem a linguiça(?)!

Abraço!

6 comentários:

Antônio Dutra Jr. disse...

O quê? Tu já tá medindo um metro e setenta? Não é possível! o.O

"Inextrícavel"... Com todo o respeito, vai te cagar. Só quem pode escrever palavras que ninguém conhece somos eu e David Coimbra. Passe no RH pra acertar as contas. =D

Abraço, bailarino!

Kari disse...

Eu ia fazer a mesma pergunta do Antônio: tu tem 1,70m?
Caramba!!!!!!!

Eita que a festa perece ter sido boa mesmo... E danço muito, né? E comeu muita linguiça? Opa! Não ficou bem formulada essa frase.... hehehhehehehe

Ei... Tá bom de começar essas aula, né? Quanta folga...

Beijão pra tu

Candy disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Adorei!
uahauhauhauhauauhahahuah
Praticamente um bailarino (?)
huhuuhuhu

Preciso dizer uma coisa que nao quer se conter dentro de mim: EU AMOOOO linguiça!
qnd eu digo isso, sempre gera piadinhas de baixo calão, mas gosto mesmo. Como com o maior gosto!
:D

Uiiii
gostei da descrição!
galã de roliúdi
:D

:******

Candy disse...

Valhaaa!
o branquelo tb te chamou de bailarino.
Nem fui a unica.
hunf
:T

Wellington Machado disse...

AHUSHUSHUASHUSHUHUSHUSHUHUSHUSHUAS

Hilário!!!

Eu adoro dançar, danço sozinho, tiro para dançar, faço todos dançar...

Ir para festa e ficar parado é um saco!!!

Eu também sofro com complexo de inferioridade, sei bem como é...

O importante é que valeu!!!

OBS.: Carlinhos de Jesus está procurando novos talentos!!!

Abração

Bibiana Davila disse...

"eu, 15 anos, 1,70m de altura, pesando 65kg, olhos azul-esverdeados, corpo atlético e pinta de galã" mas já tem uma descrição pra bio do twitter heeeein, apesar de que os dados teriam que ser atualizados. SAUASHASHUASHASUH

"E é importante ressaltar que isso tem um valor do caramba para mim que, no fundo, tenho complexo de inferioridade" Inferioridade a que?? Não vou nem comentar.

Enfim, dançar sempre faz bem mesmo ;)

Beijoss